segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A CARNE É FRACA


A carne é fraca

Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas,
é comum ouvirmos a afirmativa de que a carne é fraca.

A culpa, portanto, é da carne, ou seja, do corpo físico.

Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.

Hahnemann, criador da Medicina Homeopática,
fez a seguinte afirmativa:

O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo
modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos
os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam
o mérito e a responsabilidade?

Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades.

Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a
culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera.

Quando a boca de um guloso se enche de saliva diante
de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar,
pois sequer está em contato com ele.

É o Espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua
sobre aquele órgão através do pensamento.

Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a
abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao Espírito,
mas precisamente a sensibilidade desse que provoca a secreção
abundante das lágrimas.

Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja
propenso à musicalidade, mas porque seu Espírito é musicista.

Como podemos perceber, a ação do Espírito sobre o corpo
físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode
provocar desordens orgânicas.

Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida
vem a sudorese, o tremor, a diarréia, etc.

Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça,
taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.

Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade,
a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas
à conta da carne, pois são tendências radicadas no Espírito imortal.

Se assim não fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma
responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado
o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos.

Toda responsabilidade moral dos atos da vida física competem
ao Espírito imortal. Nem poderia ser diferente.

Assim, quanto mais esclarecido for o Espírito, menos desculpável
se tornam as suas faltas, uma vez que, com a inteligência e o senso
moral, nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto.

* * *

Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina,
a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as
emoções nobres que o Criador depositou em nós.

Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade,
a supremacia do Espírito sobre o corpo. E só então entenderemos
porque Jesus afirmou: Vós sois deuses, podereis fazer o que Eu faço,
e muito mais.

UM ÂNGULO ESPECIAL



Um Ângulo especial

Era uma manhã de um dia de semana, desses de céu aberto e muito sol.

Um trabalhador dirigiu-se para seu local de trabalho.

Passando em frente a um templo religioso, decidiu entrar.
Era uma sala muito ampla e ele sentou num dos últimos lugares, bem ao fundo.

Ali se pôs a fazer a sua oração cheia de vida, dialogando com Jesus.
Ouviu, então, em meio ao silêncio, a voz de alguém,
cuja presença não tinha percebido: "escute, venha aqui.
Venha ver a rosa."

Ele olhou para os lados, para frente, e viu uma pessoa
sentada num dos primeiros lugares. Levantou-se e a voz
falou outra vez: "Venha ver a rosa."

Embora sem entender, ele se dirigiu até a frente e
percebeu que sobre a mesa havia realmente um vaso,
no qual estava uma linda rosa.

Parou e começou a observar o homem maltrapilho que,
vendo-o hesitante, insistiu: "venha ver a rosa."

Sim, estou vendo a rosa, respondeu. Por sinal, muito bonita.

Mas o homem não se conformou e tornou a dizer:
"Não, sente-se aqui ao meu lado e veja a rosa."

Diante da insistência, o trabalhador ficou um tanto perturbado.

Quem seria aquele homem maltrapilho? O que
com ele com aquele convite? Seria sensato sentar-se ali, ao lado dele?

Finalmente, venceu as próprias resistências, e se sentou ao lado do homem.

"Veja agora a rosa", falou feliz o maltrapilho.

De fato, era um espetáculo todo diferente. Exatamente
daquele lugar onde se sentara, daquele ângulo, podia ver
a rosa colocada sobre um vaso de cristal, num colorido de arco-íris.

Dali podia-se perceber um raio de luz do sol que vinha de uma
das janelas e se refletia naquele vaso de cristal, decompondo a
luz e projetando um colorido especial sobre a rosa, dando-lhe
efeitos visuais de um arco-íris.

E o trabalhador, extasiado, exclamou: é a primeira vez
que vejo uma rosa em cores de arco-íris.

Mas, se eu não tivesse me sentado onde estou,
se não tivesse tido a coragem de me deslocar de onde estava,
de romper preconceitos, jamais teria conseguido ver a rosa,
num espetáculo tão maravilhoso.

***

É preciso saber olhar o outro de um prisma diferente do nosso.

O amor assume coloridos diversos, se tivermos coragem de nos
deslocar de nosso comodismo, de romper com preconceitos,
para ver a pessoa do outro de modo diferente e novo.

Há uma rosa escondida em toda pessoa que não estamos
sendo capazes de enxergar.

Há necessidade de sairmos de nós mesmos, de nos
dispormos a sentar em um lugar incômodo, de deixar de lado as prevenções,
para poder ver as rosas do outro, de um ângulo diferente.

Realizemos esta experiência, hoje, em nossas vidas.

Procuremos aceitar que podemos ver um colorido diferente onde,
para nós, nada havia antes, ou talvez, de acordo com nosso
modo de pensar, jamais poderiam ser vistas outras cores.


Muita luz para todos!!
abraço