segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O NÓ DO AMOR



O NÓ DO AMOR
Numa reunião de pais numa escola da periferia, a diretora
ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes
que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...
Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela
comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se
dedicar e entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpreendida quando um pai se
levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha
tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana,
porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho
ainda estava dormindo... Quando voltava do trabalho já era muito
tarde e o garoto já não estava acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o
sustento da família, mas também contou que isso o deixava
angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se
redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó
na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente
todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó,
sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou
surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos
melhores alunos da escola.
O fato faz-nos refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se
fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele
pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais
importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o
pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e
esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam,
para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que
elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso
que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois,
em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto,
cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras,
mas SABEM registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja
apenas um nó num lençol...