segunda-feira, 31 de outubro de 2011

BATALHA ÍNTIMA


No comportamento convencional, o indivíduo forrado
de propósitos de triunfo existencial, entrega-se ao labor
de preparar-se-se para os empreendimentos a que se arroja.
Estuda com afinco, porque aspira a glória que exorna a
personalidade com os louros da exaltação.
Enfrenta obstáculos, que derruba com estridor.
Descobre adversários e competidores que o ameaçam e
envida esforços para derrotá-los. Quando apaixonado,
entrega-se a batalhas intérminas, esfalfando-se por impor
as suas idéias e anseios mesmo que a prejuízo dos demais.
Conseguida a meta, entrega-se ao deleite, ao prazer do ego,
sem qualquer sentimento de pesar pela forma como alcançou destaque.
Tendo em mente o seu objetivo, mesmo que seja portador de
caráter agradável, a visão materialista não Ihe permite
compreender que os meios utilizados não foram os mais corretos.
Saulo, por exemplo, galgou os degraus do poder, a pouco e pouco,
erguendo a adaga para ferir todos quantos se Ihe apresentavam
na condição de adversários, incluindo os seguidores de Jesus,
aos quais perseguiu com impiedade e a alguns assassinou,
consciente que realizava o melhor para a sua raça, a sua
religião e a sua sociedade.
Francisco Bernardone, embora o sentimento de
doçura de que era portador, não trepidou em desfrutar
dos favores da fortuna, e, ambicionando as glórias da cavalaria
duas vezes se candidatou à guerra, perseguindo o triunfo mundano.
Gandhi, através da advocacia, lutara pela conquista da fortuna,
na África do Sul, esforçando-se pela própria realização
humana e social, indiferente ao apartheid, que malsinava
as raças não brancas, humilhando-as e perseguindo-as.
São incontáveis aqueles que anelam pela felicidade e
empenham-se pelo conseguir, utilizando-se dos recursos
exteriores a fim de impor-se.
Se atingem a cumeada que os deslumbra, defrontam o poder e
fruem-no, a glória e gozam-na, a bajulação, e comprazem-se,
não poucas vezes, vitimados pelo tédio, consumidos pelo
esvaziamento dos objetivos.
Conseguido aquilo a que aspiravam, cessam as motivações
para a luta sôfrega, a que se entregavam, agora cansados
embora triunfadores...
Ninguém alcança a realização plena, sem experienciar o auto-encontro.
Nas propostas superiores da vida, a que alguém se entrega,
o combate externo cede lugar à conquista de obstáculos e não
à luta contra eles; à auto-iluminação ao invés da submissão dos outros;
à harmonia dos sentimentos ao invés de sobrepor-se dominante;
à batalha interior para libertar-se das paixões dissolventes,
em detrimento da imposição para a transformação moral das demais pessoas...
A luta íntima é uma constante naquele que se dá conta da imortalidade e
descobriu que a sucessão dos acontecimentos leva, inevitavelmente,
à autoconsciência. Introjetando essa convicção, transforma-a em atos
de enobrecimento, espalhando paz em razão de possuí-las,
tornando-se exemplo digno de ser seguido.
Saulo tornou-se Paulo, o servidor de todos, submetendo-se às
injunções decorrentes da sua aceitação de Jesus. Nada o deteve.
Nunca mais se escusou. Prosseguiu com os olhos postos no futuro
da mensagem e entregou-se em totalidade.
Francisco, renunciou às metas anteriores, depois de ouvir o
chamado e cimentou .a existência com renúncia, abnegação e
devotamento sem igual depois de Jesus.
Gandhi, humilhado, descobriu o ideal de servir,
tornando-se o exemplo da não violência, dedicando-se à libertação
política de centenas de milhões de vidas, sendo imolado pelo ideal do
amor ao próximo...
Muitos outros lutadores em diferentes áreas de serviço,
encontrando a meta enobrecedora, alteraram de forma
definitiva o comportamento e nada mais viram ou fizeram
que os desviassem do caminho, deixando pegadas de
incomparável beleza para os pôsteres.

A luta íntima passa despercebida da multidão que
aplaude e apedreja com a mesma facilidade. Não obstante,
enriquece o combatente, vitalizando-o e libertado-o de todo o mal.

Queridos Amigos,a maior Batalha que existe é a do nosso interio,
pois só nós temos o poder de vencer a nós mesma.

RELACIONAMENTO


Se dificuldades e provações te visitam,
no relacionamento com o próximo, não te permitas requentar
mágoas no coração.
Deixa que a confiança na Sabedoria Divina te dissipe
qualquer sombra do pensamento, lembrando o Sol a
desfazer nuvens diariamente para vitalizar e revitalizar os
processos da vida.
Para isso, é imperioso que a compreensão te presida os impulsos.
E a compreensão te fará saber que os outros são criaturas autônomas,
gravitando sempre na direção de objetivos diferentes dos teus.
A certeza disso te livrará da solidão negativa, capaz de induzir-te a
desânimo e desespero.
A verdade nos ensina que ninguém realiza o bem e nem caminha para o bem,
sem os outros, mas porque isso aconteça,
ninguém pode exigir que os outros lhe carreguem a existência,
nas sendas a percorrer.
Os outros serão nossos cooperadores, intérpretes, associados e
companheiros, enquanto isso se lhes faça possível, ocorrendo o
mesmo conosco, em relação a eles.
À vista disso, ama aos amigos sem prendê-los.
Esse terá sido o sustentáculo de tuas esperanças, por muito tempo;
entretanto, é possível surja um dia em que não consiga permanecer
inteiramente ao teu lado, em face de novas tarefas que lhe
despontam na senda.
Outro te entendia os propósitos, até ontem; no entanto,
experiências, que se lhe fizeram necessárias, alteraram-lhe
provisoriamente os raciocínios.
Aceita-os quais se mostram, continuando a agir no exercício do
bem e seguindo adiante na construção da vida melhor em ti mesmo.
Ninguém aprende algo de bom e nem melhora a si mesmo,
sem os outros, mas ninguém pode depender totalmente dos
outros nas realizações que demande.
Nos momentos de mudança e renovação para aqueles a quem
mais amas, afasta de ti a idéia de separação e não te lastimes.
Prossegue trabalhando, porque, pelos Desígnios da Vida Superior,
outros virão ao teu encontra para a execução das tarefas que o
mundo te conferiu e os que se afastam de ti voltarão depois, com
mais força de amor, a fim de te auxiliarem ou serem auxiliados.
A verdade não se deteriora.
Somente perde os seres queridos aquele que possessivamente os
procura, quando se fazem distantes, porquanto quem ama,
ama sempre, e de tal modo que, ainda mesmo quando os corações
amados se distanciam, o coração que ama prossegue amando-os e
abençoando-os, sabendo conscientemente que,
pelas forças do espírito e do amor,
jamais deles se afastará.